Introdução
Destinando-se um trabalho de fim de curso ao "aprofundamento dos conhecimentos adquiridos pelo aluno, de modo a demonstrar a sua capacidade de participação em tarefas de investigação ( )", foi assumida neste trabalho a opção por uma temática emergente na moderna Gestão de Empresas: o impacto da complexidade organizacional e social na teoria da gestão, que se revela especialmente ao nível da gestão estratégica.
Trata-se, por isso, de um trabalho de reflexão teórica, que parte da análise quer da evolução da teoria da gestão, quer da nova abordagem científica da complexidade, para explorar as implicações de cada um destes domínios sobre o outro e traçar um quadro conceptual para a formação da estratégica e a pilotagem de organizações.
Neste sentido, o trabalho começa pelo enquadramento genérico das evoluções da sociedade e da ciência neste final de século, procurando definir as linhas fundamentais da mudança global a que se assiste e enquadrar a nova abordagem científica da complexidade numa mudança global mais profunda do pensamento científico, que se estende aos mais diversos domínios do saber. Em seguida, faz-se uma breve viagem pela evolução da teoria da gestão, procurando dissecar os passos sucessivos por que passou e reflectindo sobre o seu próprio processo de formação. As novas formas de encarar a complexidade em sistemas dinâmicos são então descritas, após o que se procura demonstrar a sua importância para a teoria da gestão, explicando porque se devem considerar complexos os sistemas económicos e empresariais e o que isso implica. Sendo a estratégia o padrão de acções que determina o futuro da empresa, é este o domínio da gestão que mais sentirá as repercussões deste novo modelo. Assim sendo, o trabalho conclui-se com a análise do actual processo de formulação da estratégia, a sua crítica e o esboçar de algumas sugestões para permitir a formação de estratégia em empresas, entendidas como sistemas complexos e levando em consideração as características do seu comportamento como tal.
São, naturalmente, evidentes as
limitações das conclusões de um trabalho
deste tipo, que carecerão de amadurecimento e devida validação,
o que, contudo, ultrapassa o âmbito de um trabalho de fim
de curso. É pois com consciência da sua imperfeição
que se convidam os leitores deste trabalho a, com a sua crítica,
contribuírem para a exploração das respostas
possíveis para uma pergunta inquietante: de que forma e
com que consequências se reflecte a complexidade na gestão
de empresas?